Um disco de Ana Bento, Bruno Pinto e Teatro do Vestido
O convite surge de Viseu: “o que acham de gravar um disco sobre o ciclo do linho? Há umas senhoras maravilhosas que ainda hoje trabalham nisto, têm histórias lindas”, disse a Ana. Aceitámos de imediato. Diz-se que em casa de ferreiro, espeto de pau… ora, porque não uma companhia de teatro lançar um disco?
O processo de pesquisa, feito pelo Teatro do Vestido em conjunto com os músicos Ana Bento e Bruno Pinto (Gira Sol Azul), começou ainda em 2017 nas aldeias de Várzea de Calde e Sobral de Pinho (Viseu). Visitámos as aldeias, o museu do linho, conhecemos quem ainda trabalha esta matéria prima, ouvimos as suas histórias e memórias. Recolhemos os seus testemunhos e pusemos mão à obra. O texto de Joana Craveiro obedeceu à dramaturgia poética que é característica do trabalho singular do Teatro do Vestido. A música de Ana Bento e Bruno Pinto criou várias texturas sonoras, onde a palavra falada e cantada se misturam de forma ímpar.
É Até Não Haver Mais Fio é um disco difícil de definir, e é, para todos os envolvidos, uma aventura: feito de contos, cantilenas, provérbios e canções, dá conta de um ciclo que é todo ele voltas do princípio ao fim.